Convém também dizer que falamos de uma área específica, a programação, pelo que algumas destas ideias poderão não se aplicar a outras áreas.
Feitas as notas prévias, eis então alguns pontos que, num caso típico, não devem fazer parte de um currículum:
- filiação
- escolaridade anterior às habilitações académicas
- foto
- uma tabela de línguas complexa
- motivo de saída do emprego anterior
- moradas das entidades patronais anteriores
- viatura própria
- morada completa
- "referências a pedido"
1 - Nenhuma desta informação fará a diferença para a decisão de entrevistar o candidato;
2 - Alguma desta informação poderá fazer com que o candidato seja descartado à partida.
Senão vejamos:
- Entrevistaria um candidato por causa do nome dos seus pais?
- Entrevistaria um candidato por causa da escola primária que ele frequentou?
- Entrevistaria um candidato por causa da sua aparência?
- Entrevistaria um candidato por este lhe ter dado mais trabalho para perceber que línguas este falava?
- Entrevistaria um candidato por este ter saído do emprego anterior por divergências com a administração, motivos salariais, diminuição de pessoal, etc?
- Entrevistaria um candidato devido à localização geográfica da sua entidade patronal prévia?
- Entrevistaria um candidato devido ao facto de este ter viatura própria?
- Entrevistaria um candidato devido à rua em que o mesmo residisse?
- Entrevistaria um candidato por este estar disposto a dar referências do seu trabalho, apesar de ter tido oportunidade para o fazer mas não o ter feito?
Obviamente, é sempre possível que um ou mais destes detalhes seja, num caso específico, relevante.
No entanto, regra geral, tal não é o caso.
Por outro lado, alguma dessa informação poderá levar o entrevistador a não avançar com a entrevista.
A foto é um exemplo que eu já presenciei em várias ocasiões.
Queiramos ou não, somos seres humanos e temos os nossos preconceitos e as nossas reservas.
É relativamente comum olharmos para alguém e decidirmos imediatamente que não gostamos da pessoa.
Se lhe tivéssemos dado a oportunidade de falar, talvez mudássemos de opinião.
No entanto, ao colocar a foto num currículum, podemos estar a deitar fora essa possibilidade.
Tal como temos preconceitos e reservas com as faces das pessoas, muitos de nós têm-nos também com áreas geográficas, cores, músicas e outras coisas ainda mais insignificantes.
Ficam então as notas:
- Se há informação que não é necessária no seu currículum e que não irá contribuir para que consiga a entrevista, é possível que ela deva ser omitida no mesmo;
- Filiação, escolaridade anterior às habilitações académicas, foto, uma tabela de línguas complexa, motivo de saída do emprego anterior, moradas das entidades patronais anteriores, viatura própria, morada completa e "referências a pedido" são exemplos de potencial informação irrelevante num currículum que poderá minar as possibilidades de realização de uma entrevista.
3 comments:
Tive um bloqueio logo no início quando me veio à memória aquela dica de que se deve tentar manter sempre o currículum actualizado, e verifico que a minha última revisão é de 2003... shame on me?
Fora isso, são boas dicas, mas acho que faz parte da evolução de qualquer curriculum começar por ter estes opcionais supérfluos. É mesmo assim, e aí é que está a piada (ou não).
Já agora, aproveito e ponho uma questão.
Todos nós sabemos que a nossa vida, está cada vez mais exposta a partir da WEB. Seja através de Blog's, Hi5's e outros mecanismos.
Será que é aceitável por no curriculum os blog's onde somos autores?
Obrigado, e um bem haja a todos...
PS: É bom saber que existem gestores em Portugal que não têm vista curta..
Todos nós sabemos que a nossa vida, está cada vez mais exposta a partir da WEB. Seja através de Blog's, Hi5's e outros mecanismos.
Será que é aceitável por no curriculum os blog's onde somos autores?
Tendo em conta que a resposta não é tão simples e curta quanto possa parecer, tomei a liberdade de lhe responder num post próprio, que pode ser encontrado aqui.
Espero ter respondido à questão.
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