Monday, November 5, 2007

O tempo para as entrevistas

Não era um bom chefe, o que eu tinha na altura.

Havia 25 candidatos e era necessário fazer uma pré-entrevista de triagem para escolher os que entrevistar com mais tempo.

Tratando-se de candidatos a estágio, acabados de sair da universidade, as entrevistas teriam que ser conduzidas na cidade onde todos eles estudavam.

Ainda me lembro da conversa:

- Precisamos de pelo menos dois dias para fazer isto.

- Não pode ser! Tem que ser num dia! É impensável passares mais que um dia fora!

Hoje em dia já sei dizer que não, mas na altura ainda não sabia, e lá fomos nós. Enfim, aprende-se com os erros e eu ainda não tinha errado muito.

Basta fazer a conta a 15 minutos por candidato para estas 25 pessoas nos ocuparem mais de seis horas.

Não me recordo ao certo do tempo que reservamos por cada candidato, mas posso garantir que aquele dia demorou bem mais que 6 horas, e que nem tempo para almoçar tivemos.

Em todas as entrevistas eu fazia um brevíssima apresentação da empresa e contextualização da entrevista, e em todas elas eu colocava algumas perguntas chave. Nas últimas entrevistas, o meu cérebro parava e perguntava-se: "Será que eu já fiz esta pergunta a este tipo? Ou foi ao outro?"

Tomem nota, porque lá porque se aprende com os erros, isso não significa que tenhámos que aprender com os nossos. Aproveitem para aprender com os erros dos outros, que custa menos.

Hoje em dia, marco as entrevistas que tenho que fazer para períodos de 60 minutos, e nunca marco mais de duas consecutivas.

Tenho-vos a dizer que é muito mais agradável e produtivo.

Fica a nota:

- As entrevistas são suficientemente importantes para que lhes dediquemos o tempo que lhes é necessário; todo o processo de recrutamento é o que vai ditar com quem iremos trabalhar nos próximos anos.

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