Àparte a remuneração, há também outras formas de motivar os colaboradores. As regalias são uma dessas formas.
Mas há algo que muita gente não percebe...
Um colega de trabalho, há uns anos atrás, foi a uma entrevista onde, quando falavam sobre as condições que tinha no seu emprego, lhe perguntaram:
- E que regalias tem? Telemóvel, portátil?
- Olhe... Hoje em dia, telemóvel e portátil já não são regalias, são instrumentos de trabalho.
Aquilo que muita gente não percebe é que, quando as regalias são incontornáveis, deixam de ser regalias.
O telemóvel e o portátil, em muitos casos, são incontornáveis, o que significa que o colaborador não se sentirá mais estimado por as ter. O contrário sim, é real: caso o colaborador necessite destas ferramentas de trabalho e as mesmas não lhe sejam facultadas, ele vai-se sentir injustiçado.
Da mesma forma, uma viatura de serviço para um Business Developer que se desloca frequentemente, uma avença mensal no parque de estacionamento junto à empresa para alguém que por motivos profissionais tem que estacionar a uma hora a que raramente há lugares livres no estacionamento público ou até mesmo a lavagem de roupa num hotel no estrangeiro quando a pessoa lá se encontra em serviço são incontornáveis.
A lavagem de roupa não vem aqui parar por acaso.
Em tempos que já lá vão, prestes a viajar em trabalho, o meu chefe na altura disse-me:
- Se precisares de lavar roupa no hotel, fica por tua conta, porque cá eu também não te pago para lavares a tua roupa.
Eu era jovem e inocente, e não respondi, mas devia tê-lo feito, talvez com um:
- Sim, mas cá, eu tenho a minha máquina de lavar roupa. Se quiseres podes metê-la no avião comigo.
Em vez disso, levei roupa para duas semanas e resolvi assim o problema.
Mas regressando às regalias, o que por vezes se pode fazer é estender a ferramenta de serviço tornando a mesma numa regalia. Por exemplo, permitindo ao colaborador usar a viatura da empresa aos fins de semana.
Ficam as notas:
- Instrumentos de trabalho incontornáveis não são regalias;
- Não dar ao colaborador uma ferramenta de trabalho incontornável fá-lo-á sentir-se injustiçado;
- Pedir ao colaborador algo que ele não teria que dar em situações normais poderá igualmente fazê-lo sentir-se injustiçado.
Wednesday, October 31, 2007
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